quarta-feira, 12 de maio de 2010

não podem dizer não para a menina que escala a montanha luzente e majestosa. não podem estorvar sua iniciativa, mandá-la tirar os sapatos de salto lascados e manchados de chuva. seus sonhos sempre a ultrapassam com ferocidade e, para ela, é somente uma aventura tentar alcançá-los. seus olhos estão sempre embaçados e enxergam cores que oscilam ligeiramente, mas sua mente afiada não hesita ao formar figuras indicativas. a chamam para lá e para cá, para lá e para cá. a incerteza de seu percalço a embala e quando dorme com o volume no máximo, sabe que está se aproximando do topo. em breve chegará ao tesouro e abrirá um sorriso, mas sorrisos são feitos só de dentes. quando dançar por horas a fio a deixar entediada e o ônibus partir para a próxima cidade, ela procurará uma montanha mais alta.

para a chamar de pequena, para torná-la gigante.

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